Sergio Busquets anuncia aposentadoria e encerra era dourada no futebol

Do La Masia ao estrelato: a jornada de Busquets no Barcelona
Sergio Busquets chegou à academia La Masia aos sete anos e, quase duas décadas depois, tornou‑se um dos pilares da equipe que dominou o futebol mundial. Debutou em 2008 e, ao longo de 18 temporadas, somou mais de 700 partidas oficiais, número que o coloca entre os jogadores com maior número de jogos pelo clube.
O meio‑campo de Busquets foi a espinha dorsal das conquistas do clube: nove títulos da LaLiga, sete taças da Copa del Rey e, o que mais brilhou nos olhos dos fãs, três Champions League (2009, 2011 e 2015). Ao lado de Xavi Hernández e Andrés Iniesta, formou um triângulo tático que redefiniu o conceito de posse de bola e pressão alta, permitindo que Lionel Messi florescesse nas laterais.
Além dos troféus, Busquets foi reconhecido por sua disciplina tática. Seu posicionamento, leitura de jogo e capacidade de iniciar a transição ofensiva sem perder a estrutura defensiva fizeram dele um verdadeiro "orquestrador" em campo. Treinadores como Pep Guardiola, Tito Vilanova e Luis Enrique sempre destacaram sua importância como elo entre defesa e ataque.
Mesmo após a saída de Messi em 2021, Busquets manteve o nível de desempenho, ajudando o Barcelona a conquistar a Supercopa da Espanha em 2022 antes de seu contrato expirar no verão de 2023.

Legado internacional, passagem pela MLS e despedida
No cenário internacional, o capitão da geração dourada da Espanha colecionou um "triplete" histórico: Eurocopa 2008, Copa do Mundo 2010 e Eurocopa 2012. Na semifinal da Copa do Mundo de 2010, seu passe para Xavi criou a jogada que resultou no gol de Andrés Iniesta, selando o título para a Espanha. Sua consistência nas três competições fez dele um dos poucos jogadores a participar de todas as vitórias.
Em 2023, Busquets assinou com o Inter Miami, trazendo sua experiência para a Major League Soccer. Enquanto alguns jogadores europeus encaram a MLS como um último capítulo, Busquets usou a oportunidade para influenciar colegas jovens, melhorar o padrão tático do time e atrair atenção mundial ao futebol norte‑americano.
Durante a temporada de 2024, o meio‑campo argentino da equipe registrou mais de 3.000 minutos de jogo, distribuindo oito assistências e contribuindo com a permanência do clube nos playoffs. Seu profissionalismo e liderança foram destacados pelos treinadores e pelos dirigentes como fatores chave para a evolução do clube.
Na quinta‑feira passada, Busquets comunicou oficialmente que pendurará as chuteiras ao término da campanha 2025 da MLS. A mensagem, publicada em suas redes sociais, recebeu dezenas de homenagens de ex‑companheiros, rivais e figuras do futebol mundial. Lionel Messi escreveu: "Jogar ao seu lado foi um privilégio; sua inteligência e humildade são incomparáveis". Sergio Ramos, apesar da rivalidade, declarou que Busquets foi "um dos maiores meio‑campos que já vi".
O Barcelona, por sua vez, organizou um evento presencial e digital para celebrar o legado do jogador. A cerimônia contou com depoimentos de ex‑técnicos, pratos de comida típica catalã e a exibição de momentos marcantes da carreira de Busquets, reforçando seu status de lenda do clube.
Ao encerrar sua trajetória, Busquets deixa um rastro de mudança no papel do volante defensivo. Sua capacidade de controlar o ritmo, recuperar bolas e iniciar jogadas ofensivas abriu caminho para uma nova geração de meio‑campistas que buscam combinar inteligência tática com habilidade técnica. Seu nome agora figura não só nos livros de história do Barcelona, mas também nas discussões sobre a evolução do futebol moderno.
Sergio Busquets encerra, assim, uma era que influenciou clubes, seleções e jogadores ao redor do globo, permanecendo como referência de profissionalismo e excelência dentro e fora dos campos.